quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Procura-se endémicas...


A Vidália Azorina vidalii e a Uva-da-serra Vaccinium cylindraceum são duas plantas endémicas e muito simbólicas das ilhas açoreanas.
A primeira é rara nos Açores e de distribuição comum na ilha do Corvo (A. vidalii). A segunda é comum nos Açores e com distribuição mais rara na ilha do Corvo (V. cylindraceum).
Ontem, dia 24 de Fevereiro a equipa do Projecto LIFE+ "Ilhas Santuário para as Aves Marinhas" desenvolveu algumas actividades com estas duas plantas endémicas.
Com a Uva-da-serra, procuramos uma pequena população que tenha características e condições para se retirar algumas amostras (semente e estaca) para recolonizar a Reserva Biológia de Altitude do Projecto que se encontra desprovido de vegetação endémica lenhosa. As buscas foram efectuadas na vertente Nordeste da ilha. Não foi encontrado nenhuma população desta espécie. Até agora, os indivíduos de uva-da-serra encontrados são indivíduos de reduzido tamanho e que estão isolados e que não apresentam as características desejadas. Para além do frio que se tem feito sentir na ilha, novas prospecções serão efectuadas para tentar encontrar a endémica desejada :)

Reserva biológica de altitude

A Vidália, planta simbólica da ilha dos Açores foi efectuada uma acção de replantação com o intuito de salvar alguns exemplares que irão ser destruídos com as obras de ampliação do aeroporto da ilha do Corvo. A acção de plantação teve a participação dos alunos e professores da Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira.
Foram replantadas aproximadamente 30 exemplares desta espécie na Reserva Biológica do projecto, inserido na área do Parque Natural da Ilha do Corvo e Reserva da Biosfera da Ilha do Corvo. Acções semelhantes serão desenvolvidas de forma a recuperar mais exemplares desta espécie.

Alunos a plantar Vidálias

Alunos da Escola Básica Integrada Mouzinho
da Silveira e participantes

Agradecemos a participação e o fantástico dinamismo de todos os alunos, professores, populares da ilha do Corvo e do Director do Parque Natural de Ilha do Corvo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pequenas e verdes

Contrariando as forças da gravidade e gastando todas as suas reservas energéticas, pequenos pontos verdes têm emergindo de uma superfície estéril, impondo-se a vingar e a desenvolver num meio para onde a "Sorte" as levou.
Desde o início do ano, estes pequenos pontos verdes têm surgido, um aqui e um ali, originando um contraste de cores e de vida, cobrindo o castanho substrato da nossa mini-estufa... até que melhores condições lhes sejam favorecidas.

A estufa definitiva de maiores dimensões e a ser instalada na Escola do Corvo ainda não chegou. Encontra-se em trânsito na ilha das Flores. As condições de mar não têm permitido o seu transporte bem como de toda a mercadoria que abastece a ilha.
Estas pequenas plantas irão crescer num meio controlado e quando atingirem as dimensões aconselhadas para a espécie, serão tranplantadas para a nossa Reserva Biológica. Esperamos que muitas delas tenham a sorte de serem transplantadas, visto que uma pequena parte perecerá, fruto do processo de selecção e de adaptação de cada espécie. Até agora germinaram 230 faias Myrica faya e mais de uma milena de Urzes Erica azorica. Esperamos que os folhados e os cedros sigam o mesmo caminho e contribuam para a diversidade floristica do nosso pequeno viveiro.

Urze - (Erica azorica)

Faia (Myrica faya)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Teste à vedação da Reserva Biológica do Corvo

Tal como já tínhamos referido anteriormente, ainda em 2009 iniciámos o teste de uma possível vedação a usar em torno da nossa Reserva Biológica do Corvo. Em Dezembro do ano passado, os trabalhadores da Câmara Municipal do Corvo construíram a vedação a testar numa área 6 por 3 metros.



Em Janeiro tínhamos iniciado os primeiros testes à vedação, inserindo 2 murganhos Mus musculus dentro da área vedada para perceber as dificuldades que tal vedação poderia ter para conter esta espécie. Foi instalada uma câmera fotográfica com sensor de movimento para captar possíveis fugas.

Apesar dos fracassos iniciais, parece que finalmente conseguimos uma vedação intransponível para murganhos. Após algumas alterações à estrutura base da vedação, na Quarta-feira passada, 10 de Fevereiro, inserimos novamente 4 indivíduos na área teste, dos quais nenhum conseguiu transpor a vedação até ao dia de hoje.



Este passo representa uma importante vitória na construção de uma vedação intransponível a predadores de aves marinhas.

O teste tem seguido todas as normas para o bem estar animal.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Olá!

Não nos queríamos despedir da semana sem contar aos nossos seguidores o que temos feito:

Dois quadrados de amostragem a diferentes altitudes com armadilhas de murganhos para estimar a sua abundância;
Foram realizados algumas melhorias na vedação anti-predadores após ter verificado que os murganhos conseguiam sair.
Prospecção de pontos para a realização de escutas nocturnas de Frulho e de Painho de Monteiro.
Colocámos uma vedação eléctrica à volta da Reserva Biológica para evitar a entrada de gado, evitando assim prejudicar os trabalhos que estão a decorrer nesta área (amostragem de insectos, quadrados de vegetação, ninhos artificiais).
O número de gatos domésticos esterilizados atingiu os 40 indivíduos.

O trabalho de computador não falta para os dias de chuva, já que no próximo mês temos previsto iniciar mais duas acções, para as quais já estamos elaborando protocolo e testes de execução.
Não contem connosco às Terças e Quintas a partir das 19 h e Sábados a partir das 14 h, pois temos jogo de voley. E mais....a partir do próximo Sábado, dia 20, começam as sessão de cinema quinzenal. São os professores da escola os responsáveis desta magnífica ideia!

Na Quarta-feira passada foi a festa de Carnaval da escola e os alunos não se esqueceram de convidar também os Cagarros e de referir os salvos por todos nós, e não apenas pela SPEA, na época passada.

Bom Carnaval para todos!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Obrigada aos alunos da escola do Corvo pelo excelente trabalho!

Para os que ainda não saibam, a equipa do nosso projecto forma parte do Clube da Natureza que é dinamizado pela Herminhia Coelho, professora da Escola do Corvo e seguidora deste blogue. A nossa participação dentro desta iniciativa consiste em realizar uma actividade mensal com os alunos, para os manter envolvidos em algumas das acções do projecto.



A actividade realizada na passada Terça e Quarta Feira foi dedicada às Aves Marinhas. Em primeiro lugar, realizou-se uma palestra para dar a conhecer as aves marinhas e as suas vocalizações, já que muitos dos alunos serão os seus futuros ouvintes nas noites escuras do Corvo. Pretendiamos que aprendessem as datas de chegada dos adultos e de saída dos juvenis do ninho, não só do Cagarro que já sabiam, mas de todas as espécies nidificantes na ilha. A continuação, aos do primeiro ciclo, pedimos-lhes que desenhassem a ave marinha que mais gostam.


No dia seguinte, e aproveitando os recursos do Ce ntro de Interpretação Ambiental e Cultural, tivemos a elaborar negaças com os alunos do segundo e o terceiro ciclo. As negaças utilizar-se-ão como chamariz para atrair aves marinhas à zona de Rerserva Biológica do projecto, onde já foram construídos mais de 100 ninho artificiais. Esta acção do projecto LIFE tem como objectivo aumentar a disponibilidade dos locais de nidificação para as aves marinhas, numa zona limitada sem predadores, e contribuirá para a conservação das suas populações.


Como sempre a actividade correu muito bem. Cabe destacar a magnifica predisposição e empenho dos alunos. Fruto deste trabalho, apartir de hoje poderá apreciar no Centro de Interpretação Ambiental e Cultural a exposição realizada com os fantásticos desenhos de aves marinhas.

A próxima actividade será realizada na última semana do mês de Fevereiro e abordará a temática do "Corvo como Reserva da Biosfera". Pretendemos que saibam o seu significado e as consequências que esta definição implica. A tarefa consistirá na apresentação de ideias, e iniciativas que vissem melhorar o Corvo como Reserva da Biosfera. Garantimos que serão informados de como correu.

Beijos a todos e um grande e especial a Dj. Cat.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ilhéu de Vila Franca do Campo

A 23 e 24 de Janeiro de 2010, decorreu uma visita ao ilhéu de Vila Franca do Campo. A pequena equipa constituída por 2 biólogos, 2 engenheiros e 1 educador ambiental embarcou numa pequena expedição rumo a mais uma aventura.
Na equipa estava presente o Steffen visitante e técnico da RSPB, dois técnicos do projecto e 2 voluntários de S. Miguel (Obrigado André e Natália - pela ajuda e as molhas).


Nesta visita tinhamos que garantir as condições de nidificação para as diferentes aves marinhas - Frulho (Puffinus assimilis), Paínho (Oceanodroma castro) e Cagarro (Calonetris diomedea) - através da instalação de ninhos artificiais. As duas primeiras espécies são aves mais raras de serem observadas.
Arregaçamos as mangas, colocamos as luvas, e olhamos para as enxadas e as pás. Sim ... olhamos, a vontade de cavar era pouca depois de carregar todo o material para a zona de testes e de ter resgatado alguns dos vasos que caíram nas águas geladas do nosso Atlântico. Mas com motivação pusemos as mãos à obra.



Abrimos algumas pequenas valas, colocamos os vasos com orifícios que permitem as aves entrarem, montamos um pequenos sistema de som para atrair aves marinhas e...
Esperamos ... e Testamos...



Acabamos por pernoitar no Ilhéu. Na manhã seguinte, cansados e com vontade de acabar o trabalho testamos os ninhos artificiais para cagarros. Ao fim da manhã acabamos o nosso trabalho - 50 Ninhos de Frulho + 50 de Paínho e 4 de Cagarro - e manifestavam-se os sinais para abandonar o ilhéu. O vento forte e a ondulação do mar faziam-se sentir e regressamos a Vila Franca do Campo no Tagarete, o barco do Clube Naval.
Com uma mistura de ingredientes especiais, desde da pouca sorte ou da pura casualidade, a viagem começou molhada para alguns e acabou encharcada para todos. Mas sempre com o espírito amizade e de fraternidade e gratos por esta contribuição na conservação destas aves marinhas.

Obrigado Steffen Oppel pelas fotos

Dia Mundial das Zonas Húmidas ou "Molhadas"??

O pacote chegou... finalmente cheguei ao Corvo na passada segunda-feira reforçando assim a Equipa de Staff do Projecto. O entusiasmo foi muito e a alegria de rever muitas caras conhecidas.

Após um investimento de tempo para instalação de ninhos artificiais no ilhéu de Vila Franca do Campo e empacotamento, compras, veterinários e algumas confusões consegui chegar e dediquei esse dia para arrumar as coisas e para me por a par das acção que se estão a desenvolver aqui no Corvo.

No dia 2 de Fevereiro, a SPEA foi convidada pelo Director do Parque Natural da Ilha do Corvo a participar nas acções comemorativas do Dia Mundial das Zonas Húmidas (Dias Ramsar) com a Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira.
Os alunos de diferentes turmas foram sensibilizados para a importância de preservação destas áreas e efectuaram um pequeno passeio para visitar a lagoa do Caldeirão do Corvo.
Alguns alunos, devido algumas "patinadelas" no trilho de descida ao Caldeirão ficaram encharcados devido a elevada presença de água que esta bacia hidrográfica apresenta. Comemorando assim, o DIA MUNDIAL DAS ZONAS ""MOLHADAS"" :P


Foto: Herminia Coelho